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ENSAIOS

de escrita, culinária, economia e finanças, bem-estar e reflexões sobre parentalidade

Foto do escritorJuliana Machado

Quando ele volta

Atualizado: 14 de set.

Quase um ano de convivência intensa que está acabando.

O pai precisou sair para trabalhar e nós ficamos em casa. Não ajudou que ele tinha também médico e saiu mais cedo, não almoçou junto. Ela não percebeu a sua saída ao certo, mesmo com despedidas e avisos. Afinal ele esteve sempre ali nos últimos tempos. Só se tocou depois e me perguntou onde ele estava. Foi trabalhar filha, as férias acabaram, agora vai ser assim...

Depois de uma meia hora, novamente a pergunta, seguida das mesmas respostas. E assim foi se sucedendo. Pelo meio da tarde, veio o choro. Achei honesto, sofrido. Ela avisou: estou com muita saudade do meu papai. Filha, vamos brincar para passar o tempo, até ele voltar? Mas e se eu perder ele, mamãe? E se ele chegar e eu não estiver aqui? Filha, vamos combinar uma hora então? Assim você com certeza estará aqui no retorno dele.


2021 - Papai ensinando à filha um dos seus hobbies favoritos

Parece que isso a acalmou e ela desceu com os avós para brincar. E eu corri para pedir pelo amor Deus que ele me avisasse quando estivesse chegando. Ele chorou, saudoso também com certeza. E é assim que a gente vai vendo que a convivência intensa, que era um grande desafio no início, também teve seu lado positivo, e que também vai deixar boas marcas...



Obs.: Texto escrito lá pelo fim do período mais severo da quarentena, quando o pai retornou ao trabalho presencial - nossa pequena tinha uns 3 ou 4 anos.

De lá para cá, as presenças foram se alternando em casa. A vida corrida e apressada de pai e mãe atarefados não nos permitiu o tempo que gostaríamos e estávamos acostumados nessa época a ficar todos juntos. O revezamento entre nós é quase a regra.


O que eu posso dizer de coração cheio de alegria é que ele desde esse tempo, desde antes talvez, mas com certeza com mais força e consciência desde aí, vem se esforçando para ser cada dia um pai melhor, um bom exemplo de homem, uma convivência querida e prazerosa para nossas filhas, um parceiro de verdade. As filhas olham para ele e pensam: piscina, açaí, cineminha! E eles vão criando as próprias tradições, as piadas internas, as memórias mais significativas...


Nesse momento enquanto reviso esse texto, por exemplo, eles estão ali no quarto ao lado, montando um quebra-cabeça, enquanto o pai medeia as disputas de atenção e conflitos entre as filhas.


Às vezes, dá até um ciúme, rs, em mim claro.

Mas compreendo, aprecio e apoio todo esse movimento. Sei que é fundante na construção delas como seres humanos e, especialmente, mulheres.

Parabéns, meu amor! O dia é seu mesmo!

Sei por vivência própria que não é fácil e não é sem esforço. Mas sei também que você sabe o quanto vale a pena!

Uma alegria e uma honra dividir a caminhada com você.

Volta sempre, volta logo! A gente te ama e te espera sempre!

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